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Em comparação a 2016, descarte deve aumentar em 70%, segundo pesquisa da International Solid Waste Association; Brasil é o maior produtor de lixo da América Latina e Caribe

Corvo sobrevoa praia cheia de lixo em Mumbai, Índia
Corvo sobrevoa praia cheia de lixo em Mumbai, Índia Reuters

Um estudo da International Solid Waste Association (ISWA), uma organização sem fins lucrativos que reúne profissionais do setor de resíduos sólidos, prevê que a geração mundial de lixo chegará a 3,4 bilhões de toneladas, por ano, até 2050.

Em 2016, eram cerca de 2 bilhões de toneladas/ano produzidas. Ou seja, pode haver um aumento de 70% nos descartes.

A pesquisa mostra que o Brasil é o maior produtor de resíduos urbanos da América Latina e Caribe, representando cerca de 40% do que é jogado fora. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a estimativa é que a geração anual no país alcançará 100 milhões de toneladas/ano em 2030.

“A gente tem dois fatores importantes nesse resultado. O primeiro é o volume populacional do Brasil. O segundo é que cada brasileiro gera, em média, um quilo de resíduo por dia. E esse número vem crescendo”, explica o presidente da ISWA e da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Segundo a Abrelpe, na lista dos principais resíduos no Brasil, o primeiro lugar é dos orgânicos. Eles representam cerca de 45% de tudo que é produzido no país. Em seguida vêm os plásticos, que são cerca de 17%.

Diante da perspectiva da ampliação de lixo no mundo, um dos principais pontos destacados pela pesquisa é a gestão dos materiais após o descarte.

No Brasil, a cobertura de coleta abrange 92,2% dos resíduos, o que significa que 6,4 milhões de toneladas, por ano, sequer são retiradas dos pontos de geração. Esse volume poderia encher três mil piscinas olímpicas.

“Cerca de 40% de tudo que é coletado no Brasil vai para lixão a céu aberto, que é um sistema medieval de descarte”, pontuou Silva Filho.

Segundo o estudo, cerca de 30 milhões de toneladas de resíduos são despejados em lixões clandestinos por ano, no Brasil. Esse volume daria para encher 765 estádios do Maracanã e afetam a saúde de 77,5 milhões de pessoas.

Em abril deste ano, o Governo Federal editou o decreto que regulamenta o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. O projeto define metas, diretrizes, programas e ações para atingir objetivos em até 20 anos.

Com a medida, fica estabelecido um prazo de dois anos para acabar com os lixões e aterros controlados em todo o país. São cerca de três mil unidades desse tipo existentes. Outra meta é reciclar ou recuperar 48,1% dos resíduos sólidos urbanos. Atualmente, apenas cerca de 2% são reaproveitados. O documento deve ser atualizado a cada quatro anos.

 

Fonte: CNN

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